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Originally uploaded by alealb.
lições do dia-a-dia para meus lindos adolescentes
“Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Marcos 8:36)
Nunca vou me esquecer do dia em que saí da ótica com meus primeiros óculos. Tinha nove anos de idade e descobri por acaso que estava com miopia e em grau acentuado.
Uma conjuntivite e uma rápida visita ao oftalmologista me levaram a um exame que eliminou de vez a minha desconfiança de ‘estudar na sala mais afetada pelo sol na escola’ (pois, até então eu vinha desesperadamente procurando sentar numa cadeira onde não batesse o reflexo do sol no quadro e me dificultasse ver as letras...)
A ótica ficava a duas quadras da minha casa, logo era um trajeto curto, mas suficiente para me presentear com o encanto de enxergar certas coisas totalmente, pela primeira vez!
De tudo o que pude ver naqueles trechos de calçada, rua e casas, o que mais me encantou foram as árvores: as folhas, que coisa linda!
Antes, só via um manchão verde, agora podia ver detalhes de furinhos nas folhas, textura e tons de verde se embolando!
Cheguei em casa extasiada:
_ Mamãe, as árvores são lindas!!
Vivi feliz até os nove anos de idade, mas, descobrir naquela altura a beleza das árvores foi marcante para mim. Nunca esquecerei.
Só que havia um preço a pagar: crianças recebem apelidos por usar óculos; óculos machucam quando se sente muito calor (e eu sinto muito calor...)! Mas... o resultado do uso dos óculos – ver além do que eu via, superou qualquer implicância infantil...
O ser humano é míope espiritualmente.
E vai vivendo assim: manchões verdes são suas árvores e a vida vai acontecendo, até poder ver além.
Até ele saber que existem detalhes belíssimos para serem observados. E para que isso aconteça é preciso uma lente, é preciso um exame, é preciso uma receita.
E, mais que tudo, é preciso usar os óculos. Nosso inimigo número 1 quer que vivamos “a vida de cristão míope”. Quer que nossa visão se limite a este mundo e suas possibilidades.
Quando colocamos lentes espirituais, vemos nitidamente
além do nosso trabalho,
além do nosso estudo,
além dos nossos bens,
além de nós!
Vemos que o mais importante é saber onde viveremos nossa eternidade...
beijos,
Alê