Nasci numa cidade pequena.
Ela tem cerca de 40 mil habitantes, contando a área urbana e rural.
Já não moro lá fazem muitos anos...
E nesta cidade passa um rio.
Do outro lado do rio fica um dos bairros da cidade.
Para atravessar o rio era preciso (é preciso até hoje) atravessar uma ponte.
Até ai tudo ok, você pode dizer.
Mas tem um pequeno detalhe.        :)
Na ponte só passa um carro de cada vez.
Li esta semana num jornal do estado que 85% das obras da construção (que já dura anos...  :) ) da ponte nova, moderna, que obviamente tem pista em mão dupla,  já estão prontas.
Obviamente, também, na reportagem não dizia quando os 15% que faltam da obra terminarão!      :)
Enfim...
Minha cidade natal de vez em quando sai no jornal...
Fiquei lembrando da minha infância e alguns momentos de espera na ponte.
No fusca amarelinho-claro do papai, ou na brasília bege (é... meus pais só tinham carrão!!!       :)  :) )
A gente esperando no carro, na entrada da ponte porque tinha chegado ali depois de outro carro entrar do outro lado e a vez ainda não era nossa.
Era preciso aguardar.
Depois que o carro atravessasse, liberaria a pista e nós iríamos.
Enquanto isso, a gente esperava.
Não tinha alternativa.
De bicicleta dava pra ir, pela lateral, ou a pé, mas de carro, era só esperar...
Uma vez entrou do outro lado, na hora exata da gente entrar, uma charrete com cavalo.
:)  :)
Como demorou...   :)
Todas as bicicletas e pessoas a pé chegaram antes de nós...    :)
E pensando naqueles dias tranqüilos da infância, bem diferentes dos que vivo hoje, e em especial naquelas travessias na ponte de uma pista só, me deu um estalo:
Constatei que muitas vezes, muitas mesmo “aparecem” umas pontes de “mão única” na vida da gente que nos obrigam a parar e esperar o carro lerdão que vem do outro lado.
Não é a nossa vez ainda.
Temos de esperar.
E o outro que vai de “bicicleta” ou "a pé"  chega antes de nós...
Argggg....
Parece que todo mundo chegou primeiro, conseguiu primeiro.
E eu? Esqueceram de mim??
Entende o que falo?
Mas quando a gente chega do outro lado,
valeu a pena o tempo que ficou dentro do fusca amarelinho-claro, rindo, batendo papo, vendo o pôr-do-sol, ou admirando a charrete que parecia nunca querer atravessar a ponte!
Em resumo: esperar pode ser difícil, mas esperar sabendo que Deus está no controle pode ser uma das melhores e mais incríveis experiências do ser humano!
Com amor,
Beijos,
Alê